Ben Bernanke and the decline of the middle-class

Michael Roberts Blog

Ex-Federal Reserve Chair Ben Bernanke has recently become an adviser to Citadel, a hedge fund management company and to PIMCO, the world’s largest bond fund.  This will make Ben Bernanke a very rich man, instead of just a rich one.  Up to now he has been perhaps earning a mere $1m a year in base salary, plus income from book rights and even more from speaking fees. But now he will be into hundreds of millions.

The revolving door between public office and working for large financial institutions is the way of the world under modern global capitalism.  No wonder, the Fed, the IMF, the World Bank, the ECB etc, supposedly independent institutions, operate to ensure the well-being of the top financial firms and continually forecast the success of capitalist economies.  Actually, strictly speaking, the US Federal Reserve is not independent as it was set up and is still ‘owned’…

Ver o post original 677 mais palavras

Os primeiros resultados do ajuste: presente sombrio, futuro incerto

Temos procurado divulgar neste blog artigos que nos ajudem a entender a economia brasileira e, principalmente, apresentar  análises e soluções que vão além da mera repetição do mantra da grande mídia empresarial convenientemente míope. Tratando-se de material para discussão, nem sempre subscrevo, integralmente, todos os pontos das análises e soluções apresentadas pelos autores. Mas, em economia política, esta é a realidade. Não existem receitas de bolo prontas que sejam aplicadas com sucesso em qualquer país, em qualquer situação, como querem fazer crer os “oráculos” da grande mídia empresarial.  

A economia de países como o Brasil é um enorme transatlântico. Não é possível dar um “cavalo de pau” e mudar radicalmente o seu rumo e, depois, reverter novamente o rumo, em curto espaço de tempo. Há que se ter cuidado para não se jogar, com seus movimentos bruscos, seus passageiros ao mar sem bote e colete salva-vidas.

Os artigos que publicamos terão sempre o viés da “construção de um projeto de desenvolvimento mais inclusivo e igualitário” conforme menciona o autor em seu texto, não porque desejamos isto a priori, mas em função da realidade do nosso país.

Neste artigo, Guilherme Mello faz uma análise dos primeiros resultados do ajuste, vê um presente sombrio e prevê um futuro incerto. Não se propõe a apresentar soluções. Vamos publicar outros artigos com propostas de caminhos alternativos a seguir, com vista ao objetivo acima delineado: projeto de desenvolvimento mais inclusivo e igualitário.

Guilherme Mello  | Artigo publicado na edição 19 da revista Política Social e Desenvolvimento
Economista com doutorado pela Unicamp, pesquisador do Cecon-IE/Unicamp e professor da Facamp.

Após cinco meses de mudança nos rumos da política econômica do governo, o ajuste fiscal e monetário colocado em prática pelo ministro Joaquim Levy e o Banco Central já apresenta seus primeiros resultados.

Antes de repassar os dados conjunturais da economia brasileira e buscar compreender sua conexão com as atuais diretrizes fiscais, cabe repassar rapidamente os principais objetivos do ajuste recessivo colocado em prática desde o início do segundo governo Dilma: a recuperação do superávit primário contribuiria para a recuperação das expectativas do mercado, tanto no que tange à inflação quanto ao crescimento. O aumento da poupança pública contribuiria para reduzir o ritmo de aumento dos juros, que não estariam combatendo os efeitos da alta dos preços sozinhos; enquanto isso, a retomada da confiança empresarial reduziria os juros longos, incentivando o investimento e, por consequência, aumentando o crescimento. A contratação fiscal seria expansionista, passando apenas por um curto período recessivo necessário para recuperar a confiança nas políticas de Estado.

Destes objetivos acima listados, aparentemente nenhum caminhou para sua consecução nestes cinco primeiros meses. O ajuste fiscal, prejudicado pela queda de arrecadação decorrente da desaceleração econômica, está em estado terminal: é quase certo que o governo não será capaz de alcançar sua meta de economia de 1,2% do PIB em 2015. A inflação, impulsionada pelo aumento das tarifas públicas e, a partir de março, pela desvalorização do câmbio acumulada nos primeiros meses do ano, certamente romperá o teto da meta e fechará o ano acima de 8%. O crescimento econômico é negativo e as perspectivas de recessão se ampliam, impactando no mercado de trabalho, ocasionando aumento do desemprego e diminuição da renda. As expectativas empresariais não se recuperaram e não param de decair, batendo novos recordes de mínima a cada mês. O setor externo, última esperança de recuperação econômica do governo, parece não reagir à desvalorização cambial e segue com déficits preocupantes nas transações correntes (apesar de plenamente financiáveis pelos investimentos diretos estrangeiros).

Em suma, a única variável que caminha na direção esperada pelo governo é a expectativa de inflação e de juros para 2016, que aponta queda nas previsões, mas sempre sujeitas a alterações dadas as surpresas altistas da inflação ainda em 2015. O custo para essa redução, no entanto, parece estar sendo muito maior que o governo esperava, assim como a duração da recessão que se avizinha.

Resultados fiscais

O resultado fiscal do governo central no mês de março registrou um superávit primário de R$ 1,463 bilhões, revertendo parte do déficit de R$ 7,357 bilhões em fevereiro. Com este resultado, o resultado fiscal do governo central acumulado no ano é positivo em R$ 4,485 bilhões (contra resultado positivo de R$ 14,4 bilhões no mesmo período de 2014), mas permanece negativo no acumulado de doze meses, quando registra déficit primário de R$ 27,3 bilhões, ou 0,49% do PIB.

O ritmo de receitas se mostrou em queda, tendo passado de R$ 86,5 bilhões em março de 2014 para apenas R$ 82,6 bilhões em 2015, mesmo com a ampliação da participação dos impostos indiretos elevados recentemente pelo governo (com destaque para alta do IPI). No acumulado do ano até março, a queda em relação ao mesmo período de 2014 foi de 4,4%.

Do lado das despesas, ocorreu uma redução menos drástica, de 0,8% no acumulado do ano até março. Boa parte da redução das despesas, entretanto, está ligada aos profundos cortes nos investimentos públicos, que apresentaram redução de 26,7% na comparação com o mesmo período de 2014, com o PAC apresentando redução de 32,5% em relação a março de 2014.

Com os resultados atuais, a meta de superávit primário de R$ 55,3 bilhões para o governo central estabelecida para 2015 fica mais distante, em particular dada a queda recorrente dos dados das receitas fiscais.

Já o resultado fiscal do setor público consolidado, que reúne estados, munícipios e empresas estatais, foi de apenas R$ 239 milhões em março, dado o déficit de R$ 1,1 bilhão dos governos regionais e R$ 97 milhões das estatais. No acumulado do ano, o superávit é de R$ 19 bilhões (contra R$ 25,6 bilhões do primeiro trimestre de 2014) e o déficit primário acumulado em doze meses se ampliou de 0,64% para 0,7%. O déficit nominal também aumentou no acumulado de doze meses, passando de 6,83% do PIB em fevereiro para 7,81% do PIB em março.

Este conjunto de dados evidencia uma situação já esperada por alguns analistas: mesmo com um corte pesado nas despesas (concentrada nas despesas de investimentos e gastos sociais), a queda nas receitas não deve possibilitar a obtenção da meta de 1,2% de primário.

Atualmente, os analistas mais otimistas contam com a possibilidade de superávit primário de 0,8% para o final de 2015, desde que sejam aprovadas as MPs enviadas pelo governo acerca da revisão dos direitos trabalhistas e a retirada dos subsídios na folha de pagamentos. Caso a recessão se aprofunde, estas previsões devem se alterar, reduzindo as expectativas de receita e reduzindo o superávit esperado, o que criará uma nova rodada de pressão sobre o governo para maiores cortes no gasto público.

Inflação e política monetária

No campo da inflação, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou alta de 1,07% em abril, uma queda em relação ao índice e 1,24% verificado em março. O principal item a influenciar o índice permanece sendo o custo da energia elétrica, que subiu 13,02% (decorrente tanto da entrada em cena das novas bandeiras tarifárias, quanto do aumento de tarifas autorizados pelo governo), sendo responsável por 42% da alta do IPCA-15 e 0,45 pontos no índice total.

Com esta elevação, o grupo habitação apresentou aceleração de 2,78% para 3,66%, seguido pela elevação de 1,04% do grupo alimentação e bebidas e 0,94% do grupo vestuário. Com este resultado, o IPCA-15 acumulado em 12 meses foi de 8,22% em abril (maior que o resultado e março, quando o acumulado somava 7,9%), sendo 4,61% apenas no ano de 2015.

Em resposta, o Copom decidiu por uma nova elevação de 0,5% na taxa Selic, elevando-a para o patamar de 13,25%, maior taxa desde dezembro de 2008. Em suas considerações, o Banco Central repetiu o comunicado anterior, deixando em aberto a possibilidade de novas elevações na taxa de juros. A elevação dos juros em meio ponto percentual já era esperada pela totalidade do mercado, após declarações neste sentido por integrantes do Banco Central.

Nossa autoridade monetária está-se valendo de um forte aperto monetário (com evidentes custos sobre os investimentos e sobre o custo da dívida pública, o que deteriora os resultados fiscais nominais) para evitar a propagação dos choques inflacionários decorrentes do aumento de tarifas públicas e da recente desvalorização cambial.

Mesmo assim, as expectativas são que a inflação feche o ano na casa dos 8%, recuando apenas em 2016, quando há uma disputa entre as expectativas do Banco Central (que insiste que a inflação cairá para o centro da meta já em 2016) e do mercado, que ainda projeta inflação próxima a 5,6%, mesmo com todo aperto monetário e fiscal até lá.

Crescimento econômico e mercado de trabalho

No campo do crescimento econômico, o IBC-Br, uma espécie de prévia do PIB calculado pelo Banco Central, apontou expansão da economia brasileira no mês de fevereiro, contrariando a expectativa média dos analistas, que apontavam para queda de 0,2% no indicador. De acordo com os dados divulgados pelo BC, o Brasil apresentou crescimento de 0,36% na atividade econômica em fevereiro, revertendo a queda de 0,11% apresentada no mês anterior, mas ainda não compensando a queda de 0,57% observada em dezembro/2014. No acumulado de doze meses, o IBC-Br apresentou variação negativa de 0,6%, pior que o dado de queda de 0,38% de janeiro.

A média móvel trimestral, entretanto, apresentou alguma melhoria, caindo 2,18% em fevereiro após apresentar queda de 2,7% em agosto. Para o final de 2015, o BC mantém a estimativa de queda de 0,5% do PIB, sendo que o boletim Focus mais recente aponta para queda maior, de 1,01%.

No mercado de trabalho, a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE apresentou alta em março, chegando à casa dos 6,2%. No mês de fevereiro, a taxa era de 5,9%, tendo partido de um patamar de 5,3% em janeiro. Em março de 2014, a taxa era de 5%. O aumento da taxa de desemprego em março decorreu em grande medida do aumento da população desocupada, com a demissão de 48 mil pessoas. A População Economicamente Ativa também cresceu neste período, aumentando em 27 mil pessoas.

Do lado da renda, registrou-se queda de 2,8% no rendimento médio habitual de março em relação a fevereiro, com queda de 3% se compararmos ao mesmo mês de 2014. A possibilidade de um aumento expressivo da taxa de desemprego depende do aumento rápido da PEA e da dissolução de acordos coletivos de trabalho no meio do ano, assim como do prosseguimento da crise no setor de petróleo e gás, infraestrutura e construção civil.

Já os índices de confiança apresentaram variação discrepante: na indústria prossegue o processo de deterioração das expectativas, com queda de 3,4% no Índice de Confiança da Indústria (ICI) calculado pela FGV, chegando ao patamar de 72,8 pontos (onde qualquer número abaixo de 100 indica retração). No setor de serviços, no entanto, os resultados da pesquisa de confiança de abril da mesma FGV apresentaram uma evolução no índice, que subiu 4,2% para o nível de 85,9 pontos. Esta melhora se deu em particular pela recomposição dos índices de confiança no futuro, em decorrência do arrefecimento da crise política e do fim do risco de racionamento de energia elétrica.

Via de regra, tanto a confiança dos empresários quanto dos consumidores estão na quadra do pessimismo, batendo recordes negativos similares aos verificados em 2009, durante a crise americana. A recuperação da confiança parece não se realizar somente com o anúncio de uma redução do déficit público, exigindo medidas de recuperação econômica mais sólidas.

Setor externo

O saldo comercial do Brasil com o resto do mundo na terceira semana de abril foi negativo em US$ 240 milhões, resultado de exportações de US$ 3,745 bilhões e importações que somaram US$ 3,985 bilhões. Apesar de apresentar alta na comparação semanal, passando de média diária de US$ 721,9 milhões nas primeiras semanas do mês para média diária de US$ 749 milhões na terceira semana, o volume de exportações apresentou queda na comparação mensal e anual, tendo caído 5% em relação ao mês anterior e passado de média diária de US$ 986,2 milhões em abril de 2014 para apenas US$ 733,2 milhões em abril de 2015, desempenho 25,7% pior. A queda nas exportações alcançou todas as categorias de bens (básicos, semimanufaturados e manufaturados), mas se mostrou mais acentuada nos produtos básicos (queda de 29,4%), dada a queda do preço das commodities nos mercados internacionais.

Já o volume de importações também apresentou redução, mas de menor monta, com queda de 22,8% na comparação com a média diária registrada em abril de 2014. O mais recente resultado ampliou o déficit comercial brasileiro registrado no ano, que alcançou o valor negativo de US$ 5,665 bilhões.

Com estes resultados, o déficit em transações correntes alcançou 4,22% do PIB em março, efeito também da reformulação da metodologia das contas externas feita pelo Bacen, que ampliou o déficit, mas também ampliou o volume de investimentos externos diretos que o financiam.

As perspectivas para o setor externo são de redução gradual do déficit comercial, em decorrência da desaceleração das importações. A esperança de que uma taxa cambial mais desvalorizada incentive as exportações parece ser irreal, dado o cenário internacional de baixo crescimento e a desarticulação de nossas cadeias produtivas, para não falar do recente movimento de revalorização do câmbio, que não aponta uma tendência clara para o futuro e cria incertezas para potenciais exportadores.

Já na balança de serviços, a mudança do patamar no câmbio começa a fazer efeito na conta de viagens internacionais, reduzindo nosso déficit no setor de serviços. Apesar desta leve melhoria, ainda levará alguns anos para alcançarmos patamares considerados saudáveis de déficit em transações correntes (algo próximo a 3% do PIB) neste atual cenário internacional, devendo até lá sermos financiados pelo IED e em carteira.

Conclusões

Os dados aqui apresentados acerca da economia brasileira apontam para um cenário de recessão, desemprego, inflação alta e poucos avanços na redução do déficit público (na realidade, o que se observa é uma expansão do déficit nominal, dada a elevação dos juros). A promessa de que todos estes fatores se reverterão ainda este ano parece cada vez mais distante, sendo quase certo que este quadro negativo se manterá até o final de 2015.

Já para 2016, na ausência de mudanças na estratégia de política econômica atual, não parece haver nenhum fator de reversão estrutural do ciclo recessivo que adentramos, com o setor externo ainda bastante enfraquecido (a revalorização do real, dada a elevação dos juros doméstica e a manutenção dos juros americanos, joga por terra qualquer expectativa de recuperação econômica pela via das exportações), e a demanda interna claudicante, dado o aumento do desemprego, a diminuição da renda e dos investimentos autônomos.

A sinalização de um pacote de infraestrutura, no regime de concessão pública, parece ser a única boa notícia que pode incitar algum aumento de confiança nos empresários, mas diante da fragilização das principais empreiteiras nacionais é de se questionar a viabilidade de tais obras.

De positivo, resta a certeza de que 2016 apresentará uma taxa de inflação menor que 2015, assim como uma reversão na trajetória de alta dos juros. Esta reversão, se combinada com a manutenção da desvalorização cambial e uma expansão rápida dos investimentos privados (nacionais ou estrangeiros) pode, em tese, retirar a economia de sua trajetória recessiva, apesar de todos os dados estarem hoje apontando para a direção oposta.

O mais provável, porém, é que 2016 apresente baixo crescimento, alto desemprego e inflação mais próxima ao centro da meta, um cenário que em nada ajuda na construção de um projeto de desenvolvimento mais inclusivo e igualitário.

Financiamento das eleições pelas empresas: veja como votou seu Deputado

A Câmara dos Deputados aprovou, por maioria de votos, emenda constitucional que permite as doações de pessoas jurídicas (empresas) para as campanhas eleitorais. Há promessa de se estabelecer, no futuro, limites e regras para estas doações. Ver para crer.

O projeto de emenda constitucional ainda tem que cumprir algumas etapas, antes de tornar-se texto constitucional e ser inserido em nossa Constituição Federal. Mas o primeiro passo já está dado. Infelizmente.

Na primeira votação a proposta, um pouco diferente na forma, mas não no conteúdo, havia sido rejeitada. Em outro post, publicado ontem, fiz comentários sobre as mágicas regimentais que os srs. Deputados, favoráveis à legalização das doações de pessoas jurídicas nas campanhas eleitorais fizeram para alterar a decisão de rejeição e aprovar o dinheiro de empresas nas eleições, inserindo tal permissão na Constituição Federal.

A revista Carta Capital publicou em seu site a lista dos Deputados que foram favoráveis à doação de empresas aos partidos políticos para as campanhas eleitorais.

Veja abaixo se o seu Deputado está na lista dos que aprovaram o uso de dinheiro de pessoa jurídica nas campanhas eleitorais.

Resta uma dúvida: quando uma empresa doa (empresta, adianta ?) recursos dos acionistas para partido político em campanha eleitoral esta doação deve ser escriturada na contabilidade da empresa como:

1) doação a fundo perdido

2) empréstimo a negativado

3) locação de mão-de-obra por interposta pessoa jurídica

4) investimento a curto prazo

5) investimento a longo prazo

6) PPPPPPP – parceria público/privada para partidos e políticos profissionais

7) Adiantamento para futuras amortizações

8) Adiantamento a ser compensado por receitas futuras

9) Operação com derivativos: opção de compra

10) Tesouro indireto

Confira abaixo a votação/

Veja se o seu Deputado empenhou o seu voto:

Parlamentar UF Voto
DEM
Alberto Fraga DF Sim
Alexandre Leite SP Sim
Carlos Melles MG Sim
Claudio Cajado BA Sim
Efraim Filho PB Sim
Eli Côrrea Filho SP Sim
Elmar Nascimento BA Sim
Felipe Maia RN Sim
Hélio Leite PA Sim
Jorge Tadeu Mudalen SP Sim
José Carlos Aleluia BA Sim
Mandetta MS Sim
Marcelo Aguiar SP Sim
Mendonça Filho PE Sim
Misael Varella MG Sim
Moroni Torgan CE Sim
Pauderney Avelino AM Sim
Paulo Azi BA Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende TO Sim
Rodrigo Maia RJ Sim
Total DEM: 20
PCdoB
Alice Portugal BA Não
Aliel Machado PR Não
Carlos Eduardo Cadoca PE Não
Chico Lopes CE Não
Daniel Almeida BA Não
Davidson Magalhães BA Não
Jandira Feghali RJ Não
Jô Moraes MG Não
João Derly RS Não
Luciana Santos PE Não
Orlando Silva SP Não
Rubens Pereira Júnior MA Não
Wadson Ribeiro MG Não
Total PCdoB: 13
PDT
Abel Mesquita Jr. RR Sim
Afonso Motta RS Não
André Figueiredo CE Não
Dagoberto MS Não
Damião Feliciano PB Não
Félix Mendonça Júnior BA Não
Flávia Morais GO Não
Major Olimpio SP Não
Marcelo Matos RJ Não
Marcos Rogério RO Não
Pompeo de Mattos RS Não
Roberto Góes AP Sim
Sergio Vidigal ES Não
Subtenente Gonzaga MG Não
Weverton Rocha MA Não
Wolney Queiroz PE Não
Total PDT: 16
PEN
André Fufuca MA Sim
Junior Marreca MA Sim
Total PEN: 2
PHS
Adail Carneiro CE Sim
Carlos Andrade RR Sim
Diego Garcia PR Sim
Kaio Maniçoba PE Sim
Marcelo Aro MG Sim
Total PHS: 5
PMDB
Alberto Filho MA Sim
Alceu Moreira RS Sim
Aníbal Gomes CE Sim
Baleia Rossi SP Sim
Cabuçu Borges AP Sim
Carlos Bezerra MT Sim
Carlos Henrique Gaguim TO Sim
Carlos Marun MS Sim
Celso Jacob RJ Sim
Celso Maldaner SC Sim
Celso Pansera RJ Sim
Daniel Vilela GO Sim
Danilo Forte CE Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Dulce Miranda TO Sim
Edinho Bez SC Sim
Edio Lopes RR Sim
Eduardo Cunha RJ Art. 17
Elcione Barbalho PA Não
Fabio Reis SE Sim
Fernando Jordão RJ Sim
Flaviano Melo AC Sim
Geraldo Resende MS Sim
Hermes Parcianello PR Sim
Hildo Rocha MA Sim
Hugo Motta PB Sim
Jarbas Vasconcelos PE Sim
João Arruda PR Sim
João Marcelo Souza MA Sim
José Fogaça RS Não
Josi Nunes TO Sim
Laudivio Carvalho MG Sim
Lelo Coimbra ES Sim
Leonardo Picciani RJ Sim
Leonardo Quintão MG Sim
Lindomar Garçon RO Sim
Lucio Mosquini RO Sim
Lucio Vieira Lima BA Sim
Manoel Junior PB Sim
Marcelo Castro PI Não
Marcos Rotta AM Sim
Marinha Raupp RO Sim
Marquinho Mendes RJ Sim
Marx Beltrão AL Sim
Mauro Lopes MG Sim
Mauro Mariani SC Sim
Mauro Pereira RS Sim
Newton Cardoso Jr MG Sim
Osmar Serraglio PR Sim
Pedro Chaves GO Sim
Rodrigo Pacheco MG Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Ronaldo Benedet SC Sim
Roney Nemer DF Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Sergio Souza PR Sim
Simone Morgado PA Não
Soraya Santos RJ Sim
Veneziano Vital do Rêgo PB Sim
Vitor Valim CE Sim
Walter Alves RN Sim
Total PMDB: 61
PMN
Antônio Jácome RN Sim
Dâmina Pereira MG Sim
Hiran Gonçalves RR Sim
Total PMN: 3
PP
Afonso Hamm RS Não
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
Arthur Lira AL Sim
Beto Rosado RN Sim
Cacá Leão BA Sim
Conceição Sampaio AM Sim
Covatti Filho RS Sim
Dilceu Sperafico PR Sim
Dimas Fabiano MG Sim
Esperidião Amin SC Não
Ezequiel Fonseca MT Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Guilherme Mussi SP Sim
Iracema Portella PI Sim
Jair Bolsonaro RJ Sim
Jerônimo Goergen RS Sim
Jorge Boeira SC Não
José Otávio Germano RS Não
Julio Lopes RJ Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luis Carlos Heinze RS Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Marcelo Belinati PR Não
Marcus Vicente ES Sim
Mário Negromonte Jr. BA Sim
Missionário José Olimpio SP Sim
Nelson Meurer PR Sim
Odelmo Leão MG Sim
Paulo Maluf SP Sim
Renato Molling RS Sim
Renzo Braz MG Sim
Ricardo Barros PR Sim
Roberto Balestra GO Sim
Ronaldo Carletto BA Sim
Sandes Júnior GO Sim
Toninho Pinheiro MG Sim
Waldir Maranhão MA Sim
Total PP: 37
PPS
Alex Manente SP Não
Arnaldo Jordy PA Não
Carmen Zanotto SC Não
Eliziane Gama MA Não
Hissa Abrahão AM Não
Marcos Abrão GO Não
Moses Rodrigues CE Não
Raul Jungmann PE Não
Roberto Freire SP Não
Rubens Bueno PR Não
Sandro Alex PR Não
Total PPS: 11
PR
Aelton Freitas MG Sim
Alfredo Nascimento AM Sim
Anderson Ferreira PE Sim
Bilac Pinto MG Sim
Cabo Sabino CE Sim
Capitão Augusto SP Sim
Clarissa Garotinho RJ Não
Dr. João RJ Sim
Francisco Floriano RJ Sim
Giacobo PR Sim
João Carlos Bacelar BA Sim
José Rocha BA Sim
Laerte Bessa DF Sim
Lincoln Portela MG Sim
Lúcio Vale PA Sim
Luiz Cláudio RO Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Magda Mofatto GO Sim
Marcio Alvino SP Sim
Maurício Quintella Lessa AL Sim
Miguel Lombardi SP Sim
Milton Monti SP Sim
Paulo Freire SP Sim
Remídio Monai RR Sim
Silas Freire PI Não
Tiririca SP Sim
Vinicius Gurgel AP Sim
Wellington Roberto PB Sim
Zenaide Maia RN Sim
Total PR: 29
PRB
Alan Rick AC Sim
André Abdon AP Sim
Antonio Bulhões SP Sim
Beto Mansur SP Sim
Carlos Gomes RS Sim
Celso Russomanno SP Sim
César Halum TO Sim
Cleber Verde MA Sim
Fausto Pinato SP Sim
Jhonatan de Jesus RR Sim
Jony Marcos SE Sim
Marcelo Squassoni SP Sim
Márcio Marinho BA Sim
Roberto Alves SP Sim
Roberto Sales RJ Sim
Ronaldo Martins CE Sim
Rosangela Gomes RJ Sim
Sérgio Reis SP Sim
Tia Eron BA Sim
Vinicius Carvalho SP Sim
Total PRB: 20
PROS
Ademir Camilo MG Não
Antonio Balhmann CE Não
Beto Salame PA Não
Domingos Neto CE Sim
Dr. Jorge Silva ES Não
Givaldo Carimbão AL Sim
Hugo Leal RJ Sim
Leônidas Cristino CE Sim
Miro Teixeira RJ Não
Rafael Motta RN Sim
Ronaldo Fonseca DF Não
Valtenir Pereira MT Não
Total PROS: 12
PRP
Alexandre Valle RJ Sim
Juscelino Filho MA Sim
Marcelo Álvaro Antônio MG Sim
Total PRP: 3
PRTB
Cícero Almeida AL Sim
Total PRTB: 1
PSB
Adilton Sachetti MT Sim
Átila Lira PI Sim
Bebeto BA Não
Fabio Garcia MT Sim
Fernando Coelho Filho PE Sim
Flavinho SP Não
Glauber Braga RJ Não
Gonzaga Patriota PE Não
Heitor Schuch RS Não
Heráclito Fortes PI Sim
Janete Capiberibe AP Não
João Fernando Coutinho PE Sim
José Reinaldo MA Sim
Jose Stédile RS Não
Júlio Delgado MG Não
Keiko Ota SP Sim
Leopoldo Meyer PR Não
Luciano Ducci PR Sim
Luiz Lauro Filho SP Sim
Maria Helena RR Sim
Marinaldo Rosendo PE Não
Pastor Eurico PE Não
Paulo Foletto ES Não
Rodrigo Martins PI Não
Stefano Aguiar MG Sim
Tadeu Alencar PE Não
Tenente Lúcio MG Sim
Tereza Cristina MS Sim
Valadares Filho SE Sim
Vicentinho Júnior TO Sim
Total PSB: 30
PSC
Andre Moura SE Sim
Edmar Arruda PR Sim
Eduardo Bolsonaro SP Sim
Erivelton Santana BA Sim
Gilberto Nascimento SP Sim
Irmão Lazaro BA Não
Júlia Marinho PA Sim
Marcos Reategui AP Sim
Pr. Marco Feliciano SP Sim
Professor Victório Galli MT Sim
Raquel Muniz MG Sim
Silvio Costa PE Sim
Total PSC: 12
PSD
Alexandre Serfiotis RJ Sim
Átila Lins AM Sim
Cesar Souza SC Sim
Danrlei de Deus Hinterholz RS Sim
Delegado Éder Mauro PA Sim
Diego Andrade MG Sim
Evandro Roman PR Sim
Fábio Faria RN Sim
Fábio Mitidieri SE Sim
Felipe Bornier RJ Sim
Fernando Torres BA Sim
Goulart SP Sim
Herculano Passos SP Sim
Indio da Costa RJ Sim
Jaime Martins MG Sim
Jefferson Campos SP Sim
João Rodrigues SC Sim
Joaquim Passarinho PA Sim
José Carlos Araújo BA Sim
José Nunes BA Não
Júlio Cesar PI Sim
Marcos Montes MG Sim
Paulo Magalhães BA Sim
Ricardo Izar SP Sim
Rogério Rosso DF Sim
Rômulo Gouveia PB Sim
Sérgio Brito BA Sim
Silas Câmara AM Sim
Sóstenes Cavalcante RJ Sim
Walter Ihoshi SP Sim
Total PSD: 30
PSDB
Alfredo Kaefer PR Sim
Antonio Carlos Mendes Thame SP Sim
Antonio Imbassahy BA Sim
Arthur Virgílio Bisneto AM Sim
Betinho Gomes PE Sim
Bonifácio de Andrada MG Sim
Bruna Furlan SP Sim
Bruno Araújo PE Sim
Bruno Covas SP Sim
Caio Narcio MG Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Célio Silveira GO Sim
Daniel Coelho PE Sim
Delegado Waldir GO Sim
Domingos Sávio MG Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Eduardo Cury SP Sim
Fábio Sousa GO Sim
Geovania de Sá SC Sim
Giuseppe Vecci GO Sim
Izalci DF Sim
João Campos GO Sim
João Castelo MA Sim
João Gualberto BA Sim
João Paulo Papa SP Sim
Jutahy Junior BA Sim
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Mara Gabrilli SP Sim
Marco Tebaldi SC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Max Filho ES Não
Miguel Haddad SP Sim
Nelson Marchezan Junior RS Sim
Nilson Leitão MT Sim
Nilson Pinto PA Sim
Otavio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Pedro Cunha Lima PB Sim
Ricardo Tripoli SP Sim
Rocha AC Sim
Rodrigo de Castro MG Sim
Rogério Marinho RN Sim
Rossoni PR Sim
Shéridan RR Sim
Silvio Torres SP Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Vitor Lippi SP Sim
Total PSDB: 47
PSDC
Aluisio Mendes MA Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Sim
Total PSDC: 2
PSL
Macedo CE Sim
Total PSL: 1
PSOL
Chico Alencar RJ Obstrução
Edmilson Rodrigues PA Obstrução
Ivan Valente SP Obstrução
Jean Wyllys RJ Obstrução
Total PSOL: 4
PT
Adelmo Carneiro Leão MG Não
Afonso Florence BA Não
Alessandro Molon RJ Não
Ana Perugini SP Não
Andres Sanchez SP Não
Angelim AC Não
Arlindo Chinaglia SP Não
Assis Carvalho PI Não
Assis do Couto PR Não
Benedita da Silva RJ Não
Beto Faro PA Não
Bohn Gass RS Não
Caetano BA Não
Carlos Zarattini SP Não
Chico D Angelo RJ Não
Décio Lima SC Não
Enio Verri PR Não
Erika Kokay DF Não
Fernando Marroni RS Não
Gabriel Guimarães MG Não
Givaldo Vieira ES Não
Helder Salomão ES Não
Henrique Fontana RS Não
João Daniel SE Não
Jorge Solla BA Não
José Airton Cirilo CE Não
José Guimarães CE Não
José Mentor SP Não
Leo de Brito AC Não
Leonardo Monteiro MG Não
Luiz Couto PB Não
Luiz Sérgio RJ Não
Luizianne Lins CE Não
Marco Maia RS Não
Marcon RS Não
Margarida Salomão MG Não
Maria do Rosário RS Não
Moema Gramacho BA Não
Nilto Tatto SP Não
Odorico Monteiro CE Não
Padre João MG Não
Paulão AL Não
Paulo Pimenta RS Não
Paulo Teixeira SP Não
Pedro Uczai SC Não
Professora Marcivania AP Não
Reginaldo Lopes MG Não
Rubens Otoni GO Não
Ságuas Moraes MT Não
Sibá Machado AC Não
Toninho Wandscheer PR Não
Valmir Assunção BA Não
Valmir Prascidelli SP Não
Vander Loubet MS Não
Vicente Candido SP Não
Vicentinho SP Não
Wadih Damous RJ Não
Waldenor Pereira BA Não
Weliton Prado MG Abstenção
Zé Carlos MA Não
Zé Geraldo PA Não
Zeca Dirceu PR Não
Zeca do Pt MS Não
Total PT: 63
PTB
Adalberto Cavalcanti PE Sim
Adelson Barreto SE Sim
Alex Canziani PR Sim
Antonio Brito BA Sim
Arnaldo Faria de Sá SP Sim
Arnon Bezerra CE Sim
Benito Gama BA Sim
Cristiane Brasil RJ Sim
Deley RJ Sim
Eros Biondini MG Sim
Jorge Côrte Real PE Sim
Josué Bengtson PA Sim
Jovair Arantes GO Sim
Jozi Rocha AP Sim
Luiz Carlos Busato RS Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Paes Landim PI Sim
Pedro Fernandes MA Sim
Ricardo Teobaldo PE Sim
Ronaldo Nogueira RS Sim
Sérgio Moraes RS Sim
Walney Rocha RJ Sim
Wilson Filho PB Sim
Zeca Cavalcanti PE Sim
Total PTB: 24
PTC
Uldurico Junior BA Sim
Total PTC: 1
PTdoB
Luis Tibé MG Sim
Pastor Franklin MG Sim
Total PTdoB: 2
PTN
Bacelar BA Sim
Christiane de Souza Yared PR Não
Delegado Edson Moreira MG Sim
Renata Abreu SP Não
Total PTN: 4
PV
Dr. Sinval Malheiros SP Sim
Evair de Melo ES Não
Evandro Gussi SP Sim
Fábio Ramalho MG Sim
Leandre PR Não
Penna SP Sim
Sarney Filho MA Sim
Victor Mendes MA Sim
Total PV: 8
S.Part.
Cabo Daciolo RJ Não
Total S.Part.: 1
Solidaried
Arthur Oliveira Maia BA Sim
Augusto Carvalho DF Sim
Augusto Coutinho PE Sim
Aureo RJ Sim
Benjamin Maranhão PB Sim
Carlos Manato ES Sim
Elizeu Dionizio MS Sim
Expedito Netto RO Sim
Ezequiel Teixeira RJ Sim
Fernando Francischini PR Sim
Genecias Noronha CE Sim
JHC AL Não
José Maia Filho PI Sim
Lucas Vergilio GO Sim
Zé Silva MG Sim
Total Solidaried: 15

Devolve o processo, ministro Gilmar!

Em 14 de maio eu publiquei a seguinte opinião sobre a reforma política que estava sendo preparada nos “porões” da Câmara:

“O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, prometeu dedicar-se à reforma política logo após a fase de votação das medidas provisórias 664 e 665. Vindo de quem vem, soa como ameaça.
O relator da reforma política informou que a cúpula do PMDB é favorável ao modelo chamado distritão, o qual ele próprio considera que seria a pior das opções.
O que foi pedido nas manifestações de 2013 foi a reforma da (forma de fazer) política  e dos políticos e não o absurdo que o PMDB está tentando implantar.
O distritão, espero, não será aprovado na Câmara. Mas, fazer reforma política sem discussão com a sociedade e sem mexer no financiamento privado das campanhas (compra de mandatos) é repetir os atos que levaram ao caos político que temos hoje no Brasil.
Será que os políticos estariam dispostos a fazer uma reforma política que afete os seus interesses particulares?
Reforma da política só se faz com eleitores conscientes e mídia séria e responsável. Não dá para esperar uma reforma da política vinda dos políticos e da mídia empresarial que temos. Estou pessimista.
Foi publicado na imprensa que apenas quatro países no mundo adotam o modelo de voto distrital puro: Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Ilhas Pitcairn”.

Ontem, menos de duas semanas depois, temos novo cenário. O distritão não passou e os srs. deputados não conseguiram definir nenhum novo modelo de eleição. Quanto ao financiamento privado das campanhas eleitorais, que Cunha, metade do PSDB e o DEM queriam “enfiar” no texto constitucional, não passou. Tratando-se de emenda constitucional rejeitada, não poderá ser apreciada novamente na atual legislatura. A desculpa esfarrapada do ministro Gilmar Mendes para não devolver o processo referente aos financiamentos de campanha que ele retirou para vistas há mais de um ano e não devolveu, caiu por terra. Ele alegava que era melhor deixar o Congresso decidir e, a meu ver, ao não aprovar o projeto apreciado nesta madrugada, o Congresso decidiu, mesmo de forma indireta: fica com a decisão do Supremo. O julgamento, antes de ser interrompido pelo ministro Gilmar, estava em 6 X 1 em favor da limitação da doação de grupos privados. Como são onze ministros no Supremo, o placar de 6 X1 é irreversível. A menos que o Gilmar Mendes considere que o seu voto vale de 3 a 6 votos dos demais ministros. Pela sua atitude arrogante e de desprezo da opinião dos demais ministros da Casa, vai ver que ele acha mesmo que seu voto vale muito mais.

Kenedy Alencar, comentarista da CBN, informou que 10 empresas representam cerca de 40% do total de todas as doações de campanha. Se os proprietários destes grandes grupos empresariais votam como pessoas físicas, com que direito (ou com que interesse) eles “influenciam” milhões de votos para seus candidatos com o poder dos milhões de reais da pessoa jurídica da qual eles são proprietários?

Estamos, os cidadãos deste país, sugerindo que o ministro aproveite que sexta-feira, dia 5 de junho, é um dia imprensado entre um feriado e um fim de semana e devolva o processo. Estariam todos distraídos com o feriadão e seria possível ao ministro devolver o processo sem ser notado. Tire os sapatos, entre na ponta dos pés, sem fazer alarde, e devolva o processo, ministro!

COMPLEMENTO:

Cheguei em casa, depois de um dia de trabalho, e vejo a TV ligada, transmitindo nova votação sobre o financiamento de campanhas por pessoas jurídicas (empresas). Trata-se de matéria que, todos pensavam, havia sido amplamente rejeitada na votação de ontem.

A política praticada na Câmara dos Deputados, especialmente sob a presidência de Eduardo Cunha, não é para amadores e inocentes.

O jogo de ontem não valeu. O time do dono da bola perdeu o jogo. A partida foi anulada. O jogo será novamente jogado, com sutis mudanças nas regras para que o resultado final não escape das mãos do dono da bola.

Enciclopédia sobre o desenvolvimento na primeira infância

A ONU disponibiliza um material sensacional para os pais e mães de crianças em uma fase da vida que é fundamental: a primeira infância.

Trata-se de uma enciclopédia, lançada em 2001 e atualizada permanentemente, com os conhecimentos científicos mais atuais sobre o desenvolvimento infantil, da concepção até os 5 anos de idade.

Esta enciclopédia está disponível em português, inglês, espanhol e francês no seguinte endereço eletrônico:

enciclopedia-crianca.com

A enciclopédia está dividida em assuntos abordando, por exemplo,  agressividade-agressão, autismo, hiperatividade, nutrição, sucesso escolar.

Cada um dos assuntos é dividido em seções que permitem consulta rápida ou, se preferir, consulta mais aprofundada, com diversos artigos de especialistas. Começa com uma aba para introdução (com vídeos) e segue com abas para síntese, artigos de especialistas, recursos– em folhetos e tema completo, que inclui a síntese e todos os artigos juntos em arquivos para download.

“A Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância é uma produção do Centro de Excelência para o Desenvolvimento na Primeira Infância (em francês, CEDJE) e a Rede Estratégica de Conhecimentos sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância (em francês, RSC-DJE), com sede na Universidade de Montreal e na Universidade de Laval (Quebec, Canadá), respectivamente. Essas duas organizações construíram, ao longo dos anos, uma impressionante rede internacional de especialistas que coletam, resumem e comentam, conforme seu campo de especialização, os conhecimentos científicos mais recentes sobre o desenvolvimento na primeira infância, desde a concepção das crianças até os cinco anos de idade.”

COMPARTILHE.

Publicar ou não publicar, eis a questão

Em novembro do ano passado, quando iniciei este blog, publiquei um vídeo de água jorrando dia e noite em uma obra na minha rua, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.

O vídeo foi feito após inúmeras tentativas de convencer a construtora responsável pelo rompimento do cano de água da rua a consertá-lo ou, pelo menos, a realizar um procedimento simples para diminuir o desperdício absurdo de água potável.

A informação passada pela PDG é que a responsabilidade pelo conserto era da CEDAE, a companhia estatal de águas do Estado do Rio de Janeiro.

Registramos – alguns vizinhos e eu – pedido de conserto na CEDAE, publicamos vídeos no site da PDG, no Facebook, neste blog e no Youtube. Esperamos três dias inteiros para que a CEDAE viesse realizar o conserto. Durante este tempo todo a água jorrou sem que a PDG tomasse qualquer providência. Na época, um leitor do blog manifestou sua opinião de que o blog não seria o meio apropriado para este tipo de assunto. Acho que ele imaginava tratar-se de assunto corriqueiro demais.

Hoje, ainda na parte da manhã, ao retornarmos do supermercado, minha esposa percebeu uma mudança fundamental na paisagem: a grande amendoeira do terreno da PDG havia sido derrubada. A motoserra trabalhava furiosa e apressada, cortando os galhos e troncos para facilitar o içamento.

Fui em casa, peguei a câmera e me preparei para algumas fotos. Ao me aproximar, ouvi um dos empregados da Biovert que era, aparentemente, a empresa encarregada da derrubada da árvore, cochichar com o colega ao lado: Ih, danou-se.

Embora alguns dos funcionários parecessem assustados e curiosos, não houve hostilidade. Havia um rapaz gravando um vídeo com celular e uma moça tirando fotos e gravando vídeo. Não ví ninguém da Prefeitura, devidamente identificado, com uniforme e crachá. Observei, somente, pessoas com uniforme da PDG e da Biovert.

Leia parte da peça publicitária da PDG no lançamento do empreendimento:

Localização:
Localizado em um lugar geograficamente bem situado, apenas cinco minutinhos da estação de metrô de Botafogo, área nobre  da Zona Sul carioca.
A Rua Ministro Raul Fernandes, é conhecida por ser arborizada e muito calma, sua proximidade com a orla da Praia de Botafogo e do Aterro do Flamengo, faz com que os moradores sejam privilegiados com um visual “cartão postal”, além de ser perfeito para quem gosta de passeios, caminhadas, corridas, vôlei e futebol de praia.

Irônico, não? Anunciam construção em uma rua arborizada e arrancam as árvores.

É, também, surreal ver uma empresa chamada Biovert/Vida verde arrancando amendoeiras saudáveis. Esta amendoeira não estava nem em centro de terreno, embora eu reconheça que a remoção da enorme e frondosa amendoeira vai permitir a construção de um número muito maior de apartamentos e aumentar os lucros da incorporadora e da construtora. O que questiono é a ausência da Prefeitura, a falta de informação quanto à licença para derrubada da árvore e, se devidamente autorizada, qual a compensação negociada com a Prefeitura. Veja, abaixo, as fotos.

Quem souber qual o procedimento legal para derrubada de árvores para construção, favor comentar.

Entendo que a publicação destas fotos e deste artigo é um gesto obrigatório de cidadania, mesmo que não venha a ter nenhum efeito prático pois a árvore já está no chão.

Restam duas esperanças:

As raízes não serão arrancadas e a árvore será recuperada no futuro ou haverá plantio de árvores em outros locais do terreno.

Com a palavra a PDG e a Biovert, para informações e justificativas.

 

image image image image image image image image

Pudor e compostura em falta na Belíndia

Parece que uma característica deste longo fim de século XX, que teima em não acabar (1), é a perda do pudor e da compostura. Pessoas bem estabelecidas na vida, experientes, com mais de 70 anos bem vividos, abrem a boca e confessam ou defendem cada absurdo!
Eu diria que beira à “bacharia”, mas este texto é para ser sério, não me permite este tipo de trocadilho infame.

Acho que a fama por ter sido o inventor do termo “Belíndia” subiu-lhe à cabeça e ele continua viciado na mesma onda.

Estou falando de Edmar Bacha, um dos autores do Plano Real.
Em julho de 2014, em entrevista ao Estadão comemorativa dos 20 anos do Plano Real, ele declarou: “O sucesso (do Plano Real) tem que ser relativizado. Obviamente, só o fato de não ter inflação já é um grande avanço. Estamos falando aqui que a gente conseguiu controlar a inflação, mas não conseguimos ter uma estratégia econômica que permitisse colocar o País no primeiro mundo”.

“Humilde”, este senhor acha que um grupo de economistas tecnocratas e sua brilhante estratégia econômica seriam capazes de colocar o país no primeiro mundo em 8 anos de governo; míope, ele não enxergou, até o hoje, o caos e os desequilíbrios causados nas vidas das pessoas naqueles anos de gestão econômica “brilhante”.

Depois desta longa introdução, entro, finalmente, no assunto. Em entrevista no jornal Valor Econômico de hoje, 22/05/2015, Bacha soltou as seguintes pérolas:

Valor: O que o senhor achou da votação em que o PSDB votou contra o fator previdenciário, criado pelo próprio governo FHC?

Bacha: … Não se pode pedir ao PSDB que seja governista. …. Por um lado reclama(m) que o PSDB não é oposição suficientemente forte, por outro, diz(em): “Vocês estão votando contra coisas que acreditam”.

Valor: A luta política está acima da coerência?

Bacha: …num certo sentido, você não chega lá se não tiver votos … Acho até que é pedir demais para uma oposição que ela se comporte tecnicamente de forma tão coerente.

Valor: Mas não é uma guinada do PSDB, que sempre se disse uma oposição responsável, em contraste com o comportamento do PT antes de ser governo?

Bacha: O partido tem que ambicionar chegar ao poder. E para se chegar ao poder tem que diferenciar o produto. ….

Valor: Mas em relação ao fim do fator previdenciário não há um consenso de que prejudica as contas públicas?

Bacha: Por que não propuseram junto idade mínima, por exemplo? Agora disseram que vão vetar e propor alguma solução. Agora que perderam? Eles que cuidassem da sua horta. ….
O Aécio disse, durante a campanha, que ia estudar o assunto, mas ia apresentar uma proposta alternativa – se presidente fosse. Agora, querer assumir o papel de governo, quando ele não é governo?

Valor: O Aécio se comprometeu em rever o fator previdenciário.

Bacha: (As pérolas que vêm a seguir merecem destaque): Com uma mudança no sistema previdenciário. Obviamente ele tinha isso na cabeça – mas não ia falar no processo eleitoral – que era ter uma idade mínima.

O compromisso do Aécio de mexer no fator previdenciário teve como um dos objetivos atrair o apoio do Paulinho da Força Sindical (do Partido Solidariedade). A segunda parte do plano do Aécio, que seria incluir uma idade mínima para compensar a eliminação do fator previdenciário, eles esconderam de todos os eleitores durante a campanha, como confessa despudoradamente Edmar Bacha e seria, provavelmente, uma espécie de “rasteira” eleitoral no Paulinho da Força e em todos os sindicalistas deste sindicato cooptado pela FIESP.

(1) Estamos no Século XXI, mas purgando os pecados do final do século passado quando a razão neoliberal entranhou-se nas almas e ganhou corações e mentes.

Shopping na Câmara: coerência

Não estou entendendo tanta má-vontade com a decisão da Câmara, na votação de ontem, aprovar a construção de um shopping. Pelo menos duas hipóteses podem justificar e mostrar a coerência da decisão:

1- Sendo a Câmara uma casa legislativa com alguns deputados rotineiramente envolvidos em negociatas, nada mais normal do que construir um shopping.

2- Vender e negociar no prédio da própria Câmara pega mal e denigre a imagem dessa casa legislativa. Criar um lugar específico, um shopping, para realizar as costumeiras negociatas, vendas, barganhas e transações é coerente e vai permitir que as atuais instalações da Câmara sejam usadas somente para fazer leis. As negociatas seriam desviadas e concentradas no novo shopping. Bem coerente, não acham?

MANIFESTO PELA MUDANÇA NA POLÍTICA ECONÔMICA E CONTRA O AJUSTE – Clique e veja como assinar

MANIFESTO PELA MUDANÇA NA POLÍTICA ECONÔMICA E CONTRA O AJUSTE Para assinar, clique acesse o site revistaforum.com.br. Abrirá um formulário da Avaaz.org. Preencha com seu e-mail, nome completo e CEP. O site é seguro. Leia o abaixo assinado e decida: O Brasil mudou nos últimos anos. Houve redução do desemprego e melhoria da renda do trabalhador. Milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema e outros tantos conquistaram a casa própria. Além disso, milhões ingressaram e concluíram o ensino superior e o ensino técnico. Foram também iniciados e concluídos importantes projetos de infraestrutura. Vivemos um período importante na trajetória desse projeto de mudança. Depois de 12 anos, o país passa por um momento extremamente difícil. O governo parece encurralado e não demonstra capacidade de ampliar o horizonte político de um projeto que fez o Brasil avançar. O país precisa reencontrar o caminho do desenvolvimento e construir uma estratégia política capaz de enfrentar os novos desafios. Um pressuposto fundamental desta estratégia política deve ser o crescimento, com proteção dos empregos, evitando que o Brasil mergulhe numa recessão que se avizinha. No entanto, a posição do governo, expressa pelo Ministério da Fazenda, está concentrada exclusivamente numa política de ajuste fiscal, que além de insuficiente, pode deteriorar ainda mais o quadro econômico brasileiro. Ajuste fiscal recessivo O governo diz para a sociedade que a MP 665 ataca uma distorção no gasto das políticas de proteção ao trabalhador formal e que a MP 664 corrige abusos e fraudes. No entanto, admite publicamente, especialmente quando se dirige ao mercado financeiro, que essas medidas fazem parte de um ajuste fiscal. Dados do Dieese estimam que, com a proposta original do governo na MP 665, mais de 4,8 milhões de trabalhadores não poderiam acessar o seguro-desemprego (38,5% do total de demitidos sem justa causa em 2013) e 9,94 milhões de trabalhadores perderiam o Abono Salarial. Com as alterações nas MPs na Câmara dos Deputados, que diminuíram o impacto fiscal, o governo anuncia que aumentará o corte no orçamento dos ministérios e elevará impostos. O quadro de desequilíbrio fiscal das contas do governo não é responsabilidade dos mais pobres, trabalhadores, aposentados e pensionistas. As causas desse desequilíbrio foram a desoneração fiscal de mais 100 bilhões concedida pelo governo às grandes empresas, as elevadas taxas de juros Selic, que transferem recursos para o sistema financeiro, e a queda da arrecadação devido ao baixo crescimento no ano passado. Não é justo, agora, colocar essa conta para ser paga pelos mais pobres que precisam de políticas públicas, trabalhadores, aposentados e pensionistas. Enquanto o andar de baixo perde direitos, não está em curso nenhuma medida do governo para tornar o nosso sistema tributário mais progressivo. Dados do especialista em finanças Amir Khair apontam que a taxação sobre as grandes fortunas pode render até R$ 100 bilhões por ano. Onde está a parcela de contribuição dos bancos e dos mais ricos? Para agravar a situação do país, associado ao arrocho fiscal, vem um aperto monetário, que enfraquece a economia e anula o seu próprio esforço fiscal. O governo já aumentou em 2% da taxa de juros Selic neste ano, beneficiando apenas os especuladores do mercado financeiro. A cada aumento de 0,5% da taxa Selic durante o ano, o gasto público cresce de R$ 7,5 bi a R$ 12 bi. No ano passado, os gastos públicos com juros foram superiores a R$ 300 bilhões. Enquanto os recursos públicos pagos pelos impostos descem pelo ralo do mercado financeiro, o governo vai cortar direitos dos trabalhadores para economizar R$ 10 bi com essas MPs. Além disso, ameaça vetar a mudança do Fator Previdenciário, que beneficia os aposentados e é defendida pelas centrais sindicais, como se as contas públicas fossem quebrar… Só com crescimento haverá equilíbrio fiscal e desenvolvimento Mudar o rumo da política econômica é colocar o crescimento como um aspecto central, porque os números sinalizam uma desaceleração muito forte da economia. Os investimentos do governo federal estão parando. O desemprego cresce mês após mês. A renda do trabalhador também está em trajetória de queda. A arrecadação do governo federal está caindo. Só com o crescimento econômico poderemos recuperar o equilíbrio das contas públicas. O resultado fiscal é sempre o reflexo da saúde de uma economia. Uma economia estagnada gera um orçamento desequilibrado. Durante o governo de FHC, sua equipe econômica promoveu corte de gastos e contingenciamentos. Mesmo assim, o déficit nominal foi de 5,53% do PIB em oito anos. A dívida pública como proporção do PIB cresceu de 30,6%, em 1995, para 60,4%, em 2002. Uma economia forte e dinamizada produz aumento da arrecadação, e o resultado é o equilíbrio fiscal. Durante o segundo governo do presidente Lula, a economia cresceu em média 4,7% ao ano e a dívida pública caiu como proporção do PIB de 45,5%, em 2007, para 39,2%, em 2010. E como resultado do crescimento econômico de 7,6%, em 2010, o déficit nominal foi reduzido para 2,5% do PIB. É hora de radicalizar o projeto de desenvolvimento, com o fortalecimento da produção, investimentos na indústria nacional e na agricultura, desenvolvimento de pesquisa, ciência e tecnologia e dinamização do mercado interno. Enquanto o país se submeter aos interesses do capital financeiro e estiver dependente da dinâmica imposta pelos países avançados, especialmente em relação a ciência e tecnologia, nossa economia estará fragilizada. O salto que precisamos dar na economia implica uma nova estratégia política para enfrentar a avalanche regressiva, que avança tanto na área do trabalho, com o projeto de terceirização, como na esfera dos valores da sociedade, dando espaço a uma onda conservadora que prega a redução da maioridade penal, a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, a aprovação do Estatuto da Família, a PEC 215 e a eliminação da rotulagem dos alimentos transgênicos. No campo político, avança a legalização do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, dentro de uma contrarreforma política que agravará os problemas no nosso regime democrático. A fragilidade do governo no Congresso Nacional demonstra que é necessário, mais do que nunca, construir uma nova governabilidade, com as forças progressistas, como as centrais sindicais, movimentos populares, organizações de juventude, cultura e mídia alternativa, para enfrentar a ofensiva neoliberal, que avança ao lado de uma onda conservadora. O ajuste fiscal, nos termos em que está sendo proposto, coloca o governo contra as forças progressistas, enfraquecendo a capacidade de um salto político. É necessário reagir e colocar em andamento uma nova agenda política, ombro a ombro com as forças democráticas e populares, os movimentos sociais organizados e os partidos políticos – comprometidos com o desenvolvimento inclusivo do país, a soberania nacional e a retomada do crescimento, com a garantia do emprego – que atuam de forma autônoma parar ampliar o horizonte político. A proposta de ajuste fiscal apresentada pelo governo trava o país diante da possibilidade de uma nova fase de desenvolvimento e da construção de uma nova estratégia política. O Brasil progrediu nos últimos 12 anos, mas a continuidade desse projeto depende de retificações. Essa proposta de ajuste fiscal não combina com os novos desafios. Combina apenas com o passado. Portanto, quem quer dizer SIM ao desenvolvimento com justiça social tem que dizer NÃO ao arrocho fiscal, nos termos propostos pelo governo. 20 de maio de 2015 Entidades CUT – Central Única dos Trabalhadores Movimento dos trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST; Articulação dos Empregados(as) Rurais – ADERE; Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB; Associação Brasileira de Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF; Campanha Nacional Por Uma Reforma Política Pela Constituinte Central de Movimentos Populares – CMP Coletivo Nacional de Juventude Negra – Enegrecer Comissão Pastoral da Terra – CPT; Conselho Indigenista Missionário – CIMI; Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombola – CONAQ; Entidade Nacional de Estudantes de Biologia – ENEBio; FAMOPES – Federação das Associações de Moradores e Movimentos Populares do Espírito Santo Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB; Fora do Eixo Fórum Ecumênico ACT Brasil Intervozes Levante Popular da Juventude Mídia Ninja Movimento de Mulheres Camponesas – MMC; Movimento dos trabalhadores e trabalhadora do Campo – MTC Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB; Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA; Movimento dos Pescadores e Pescadoras – MPP; Movimento dos Trabalhadores Desempregados- MTD Movimento Nacional Pela Soberania Popular Frente à Mineração – MAM; Nação Hip Hop Brasil Pastoral da Juventude Rural – PJR Rede Ecumênica da Juventude – REJU Personalidades Alfredo Saad Filho- professor de Economia Política da Universidade de Londres Anivaldo Padilha – Líder Ecumênico Armando Boito Jr. – Professor de Ciência Política da Unicamp Breno Altman, jornalista, diretor do site Opera Mundi Cândido Grzybowski- Diretor do Ibase Dermeval Saviani, Professor Emérito da UNICAMP e Pesquisador Emérito do CNPq. Eleuterio Prado- Professor sênior da área de economia da USP – Gilberto Maringoni – Relacoes Internacionais – UFABC Heloísa Fernandes, socióloga, professora da USP e da ENFF João Pedro Stedile- MST/Via Campesina João Sicsú- Economista e professor UFRJ Jorge Matoso – economista, é professor aposentado do Instituto de Economia da Unicamp. Foi presidente da Caixa Econômica Federal (2003-2006) José Carlos de Assis – economista, doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Gomes Temporão- Ex pesquisador da Fiocruz- Ex ministro da saúde 2007-2010 José Juliano de Carvalho Filho- Economista- Professor Doutor FEA/USP Ladislau Dowbor – economista e professor da Pós-Graduação na Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Laura Tavares – FLACSO Brasil Leda Maria Paulani- Professora Titular- Departamento de Economia, FEA-USP Lisete Regina Gomes Arelaro- Professora do Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação da FEUSP Luiz Alfredo Salomão – Diretor- Escola de Políticas Públicas e Gestão Governamental, foi subchefe executivo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gonzaga Belluzzo é professor titular do Instituto de Economia (IE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Marcio Pochmann – professor do Instituto de Economia da Unicamp, ex-presidente do IPEA no governo Lula Odilon Guedes- Economista; Diretor doSindicato dos Economistas no Estado de São Paulo. Pedro Paulo Zahluth Bastos- Professor Associado (Livre Docente)- Instituto de Economia – UNICAMP Ricardo Summa – professor doutor – Instituto de Economia – UFRJ Samuel Pinheiro Guimarães Neto – diplomata brasileiro, foi secretário-geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores e ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) do Governo Lula Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul Valter Pomar, professor universitário e militante do Partido dos Trabalhadores Adelaide Gonçalves – historiadora, universidade federal do ceará Ailton Cotrim Prates- Professor Assistente – UFAL/Arapiraca Antonio José Alves Junior- Professor Associado II da UFRRJ Alvaro Britto – Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro- Coordenador do Curso de Jornalismo do Centro Universitário de Barra Mansa Amália Catharina Santos Cruz-Professora, Uneb/Dcvh Iv Ana Corbisier, socióloga Ana Costa – Professora da UFF/RJ. Andrea Caldas – Setot de Educacao UFPR Angela Maria Carvalho Borges- Pós graduação em POlíticas Sociais e Cidadania/ UCSal – Bahia Anivaldo Padilha – Líder Ecumênico Artur Machado Scavone – Jornalista Bruno Elias, secretário nacional de movimentos populares do PT Carlos Roberto Colavolpe- Professor Associado III FACED/UFBA Carolina Nozella Gama- Universidade Federal de Alagoas/Pós-graduação da Universidade Federal da Bahia Celi Zulke Taffarel – Professora Dra. Titular Faced Ufba Cesar Cordaro- Comitê Paulista Pela Memória, Verdade e Justiça – CPMVJ Cesar Sanson – Professor Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Diana Cohen- Assessora da Comissão da memoria e Verdade – São Paulo Fabiano Abranches Silva Dalto- Professor de Economia da Universidade Federal do Paraná Fernando Augusto M. Mattos (Uff – Faculdade De Economia) Gilson de Góz Gonzaga – Operário de fábrica – Militante do PT Giovane Zuanazzi, diretor de movimentos sociais da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) Giucelia Figueiredo Presidente Conselho Regional de Engenharia e Agronomia/ CREA/ Pb Gláucia Campregher – professora Economia – UFRGS Henrique Novaes- Professor UNESPMarília Inês Patrício – professora de economia da UFF Isabel Lustosa – Cientista Política e Historiadora, da Fundação Casa de Rui Barbosa Jayr Lemos de Almeida- Técnico agrimensor Joilson Cardoso- Vice-Presidente Nacional da CTB- Secretario Nacional da SSB -Sindicalismo Socialista Brasileiro José Heleno Rotta – Professor de Economia aposentado da UFCG Lazaro Camilo Recompensa Joseph- Professor Universidade Federal De Santa Maria Luiz Carlos Gabas – Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Comissão de Incidência Pública da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e Centro de Direitos Humanos de Cascavel / Paraná Luiz Martins de Melo – Prof. Associado IV do IE/UFRJ Ligia Maria de Godoy Batista Cavalcanti – Juíza de Direito – Natal/RGN Marcio Sotelo Felippe – ex-Procurador Geral do Estado de São Paulo, membro da Comissão da Verdade da OAB-Federal Marcos Corrêa Da Silva Loureiro – Professor Da Ufg – Goiânia-Go Maria Aparecida Dellinghausen Motta – Editora Autores Associados Mário Jorge da Motta Bastos – Professor Associado – Universidade Federal Fluminense. Marta Skinner- Uerj- professora universitária Mary Garcia Castro. Uniao Brasileira de Mulheres Miriam Abramovay – Coordenadora da Área de juventude e Potícias Públicas – FLACSO Nancy Cardoso- Pastora metodista, graduada em Teologia e Filosofia, mestra e doutora em Ciências da Religião, Rafael Litvin Villas Bôas, professor da UnB Rafael Soares de Oliveira Raimundo Bertuleza (Poty), Poeta e militante sindical Raimundo Bonfim, coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP-SP) Rennan Moura Martins- Jornalista. Editor do Blog dos Desenvolvimentistas Ricardo Buratini, economista Ricardo Fernandes de Menezes, médico sanitarista, Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo Robson Amâncio – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Ciências Humanas e Sociais Departamento de Ciências Socias Robson Dias da Silva- Economista, professor Adjunto UFRRJ Roberta Calixto, designer, militante feminista e do partido dos trabalhadores Rodrigo Sérvulo da Cunha – Advogado e cientista social, presidente do Coletivo Advogados para a Democracia Rogério Correia de Moura Baptista- Deputado Estadual Sandro Conceição de Matos – Professor de Biologia – LEPEL Suely Farah – professora – PMSP Vanessa Petrelli Corrêa- Professora Titular Instituto de Economia- Universidade Federal de Uberlândia Virgílio de Mattos – MG Zilda Márcia Grícoli Iokoi – Professora Titular do Departamento de História da Universidade de São Paulo

Ataque à liberdade de cátedra

Os mais jovens podem achar o assunto irrelevante, mas quem estava cursando uma universidade entre 1971 e 1974, em plena ditadura militar, sabe os malefícios que uma lei estapafúrdia como a proposta pelo deputado Rogério Marinho pode causar ao ensino, à democracia e ao país.

Como seria tipificação deste crime no Código Penal? Quem abriria o inquérito e juntaria as provas? A polícia civil? A polícia federal? ou seria criado um novo DOPS – Departamento de Ordem Política e Social?

Se o saudoso jornalista Estanislau Ponte Preta estivesse vivo teria farto material para o seu “FEBEAPA”- Festival de Besteiras que Assola o País.

Mas nos tempos de Renan e Cunha, não dá para brincar com um assunto destes.

Veja o artigo de Fernando Brito, do site tijolaço.com.br:
19 de maio de 2015 | 22:13 Autor: Fernando Brito

É preciso que se tome atenção sobre um projeto de natureza fascista que tramita na Câmara dos Deputados e que está bem à feição dos factóides que o presidente Eduardo Cunha gosta de criar para chantagear o Governo.
É de autoria do tucano Rogério Marinho (que não se perca pelo nome) e pretende tornar crime aquilo que chama de “assédio ideológico, condicionando o aluno a adotar determinado posicionamento político, partidário, ideológico ou constrangê-lo por adotar posicionamento diverso do seu, independente de quem seja o agente, implicará em pena de detenção de três meses a um ano e multa”.
E mais um mês de cadeia se o acusado for “professor, coordenador, educador, orientador educacional, psicólogo escolar, ou praticar o crime no âmbito de estabelecimento de ensino, público ou privado (onde mais seria?)”
Como se já não bastasse todo o mal que se faz aos professores no Brasil, agora vem este energúmeno com esta ideia estapafúrdia.
É evidente que o projeto é inconstitucional (Art. 206 da Constituição: “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:(…)…
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, …).
A liberdade de cátedra é sagrada, exceto nos períodos histéricos, como no macartismo e na ditadura brasileira, quando professores – como FHC, o líder de deste beócio – eram afastados de sala de aula e, para muitos, levados ao cárcere e à morte.
Mas, do jeito que a coisa vai, tem tudo para ter o apelo demagógico dos paneleiros.
Gente capaz de agredir pessoas na rua pela cor da camisa que usam é bem capaz mesmo de querer mandar para cadeia professor que ousar falar em ideias “subversivas”.
Como se vê, há mais ameaças ao magistério que os cassetetes da polícia de Beto Richa, no Paraná.

O Estado Empreendedor: Desmascarando o Mito do Setor Público vs. Setor Privadoá

Trata-se de artigo do Fernando Nogueira, do blog Cidadania & Cultura, sobre um livro de Mariana Mazzucato. Embora eu não concorde em tudo com os comentários do Fernando, o assunto é relevante e deve ser discutido. Do texto da Mariana Mazzucato fica claro que, contrário ao que propagam os lobistas em favor do mercado e contra a participação do Estado na economia, esta parcipação em P&D, por exemplo, tem sido imprescindível. Na verdade, as empresas estão evitando realizar estes investimentos, deixando-os a cargo da sociedade. Elas só chegam depois, quando os riscos são menores e as chances de lucro mais alto são maiores. Enquando isto, desviam seus recursos para recompra das próprias ações, engordando os lucros dos seus acionistas e diretores detentores de opções em ações (stock options) e de grandes bônus baseados no crescimento do valor de mercado destes grandes grupos empresariais. Para mim é óbvio que a financierização exagerada é excludente e prejudicial, aumentando a concentração de renda em nível global e trazendo bolhas financeiras no mercado de imóveis e de ações.

Blog Cidadania & Cultura

O Estado Empreendedor Eu implico com o conceito de “financeirização” que muitos colegas heterodoxos e a própria Mariana Mazzucato se utiliza. Acho que é uma reminiscência da visão católica medieval anti-usura, que aliás já era um cinismo social na época, pois os banqueiros cristãos emprestavam com cobrança de juros e cristãos devedores inadimplentes recorriam ao antissemitismo para não pagar suas dívidas!

Sou contra todos os “discursos de ódio”, tipo anti-rentista ou anti-banqueiro, coerentemente com meu desprezo por discursos anti-comunista ou anti-petista. Acho que reflete pura ignorância e apelo à violência de quem o profere. Por isso, lamento quando meus camaradas de esquerda fazem tal discurso, reduzindo todos os problemas do capitalismo contemporâneo à “financeirização”.

Desde quando a relação de produção capitalista não se deu com o encontro do Capital-Dinheiro, acumulado previamente, com a Força-de-Trabalho livre, porque desapropriada, depois de libertada da escravidão ou da servidão feudal? O capital sempre…

Ver o post original 1.150 mais palavras

Um sonho intenso, filme de José Mariani

Nestes tempos de discussão superficial dos assuntos fundamentais do Brasil, este filme de José Mariani veio em boa hora. Uma pena que o filme não tenha acesso à mesmas salas de exibição reservadas para as grandes superproduções globais de Hollywoomd. Não precisa ser economista para entender quais são os caminhos disponíveis para o desenvolvimento do país. O consenso míope em favor do arrocho neoliberal, do crescimento excludente e da concentração da renda é mera repetição das velhas fórmulas que, como pode ser visto nos depoimentos, não deram certo. Como somos um povo sem memória, o filme é fundamental.

“Queremos virar uma caricatura dos Estados Unidos? Um individualismo de massas? Ou queremos construir uma sociedade fundada em valores humanistas?” João Manuel Cardoso de Mello

acesse o site do filme

http://www.umsonhointenso.com.br/release.html

veja o trailer:

http://youtu.be/P8jcboK8T8w

Programação semana 14 a 20/05

Espaço Itaú Botafogo 5-RJ – 18:20
Espaço Itaú Frei Caneca 6-SP – 18:20
Espaço Itaú Brasília 5 – DF – 18:00
Belas Artes 3 – BH – 14:00
Cinespaço Florianópolis 5 – SC – 18:35
Cine Vitoria – Aracaju SE – Dias 14,16,20/5 – 17:00
Dias 15,17/5 – 14:00

Então queres ser um escritor? por Charles Bukowski

Então queres ser um escritor?

(Tradução: Manuel A. Domingos)

se não sai de ti a explodir
apesar de tudo,
não o faças.

a menos que saia sem perguntar do teu

coração, da tua cabeça, da tua boca

das tuas entranhas,

não o faças.

se tens que estar horas sentado
a olhar para um ecrã de computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando as palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes para teres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como outros escreveram,
não o faças.

se tens que esperar para que saia de ti
a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.

se tens que o ler primeiro à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás preparado.

não sejas como muitos escritores,
não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas chato nem aborrecido e
pedante, não te consumas com auto-
— devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te queime as tripas,
não o faças.

quando chegar mesmo a altura,
e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.

não há outra alternativa.

e nunca houve.

Veja, abaixo, o poema original em inglês.

so you want to be a writer?
Charles Bukowski, 1920 – 1994

if it doesn’t come bursting out of you
in spite of everything,
don’t do it.
unless it comes unasked out of your
heart and your mind and your mouth
and your gut,
don’t do it.
if you have to sit for hours
staring at your computer screen
or hunched over your
typewriter
searching for words,
don’t do it.
if you’re doing it for money or
fame,
don’t do it.
if you’re doing it because you want
women in your bed,
don’t do it.
if you have to sit there and
rewrite it again and again,
don’t do it.
if it’s hard work just thinking about doing it,
don’t do it.
if you’re trying to write like somebody
else,
forget about it.
if you have to wait for it to roar out of
you,
then wait patiently.
if it never does roar out of you,
do something else.

if you first have to read it to your wife
or your girlfriend or your boyfriend
or your parents or to anybody at all,
you’re not ready.

don’t be like so many writers,
don’t be like so many thousands of
people who call themselves writers,
don’t be dull and boring and
pretentious, don’t be consumed with self-
love.
the libraries of the world have
yawned themselves to
sleep
over your kind.
don’t add to that.
don’t do it.
unless it comes out of
your soul like a rocket,
unless being still would
drive you to madness or
suicide or murder,
don’t do it.
unless the sun inside you is
burning your gut,
don’t do it.

when it is truly time,
and if you have been chosen,
it will do it by
itself and it will keep on doing it
until you die or it dies in you.

there is no other way.

and there never was.

From sifting through the mandes for the Word, the line, the way by Charles Bukowski. Copyright © 2003 by the Estate of Charles Bukowski. Reprinted by permission of HarperCollins. All rights reserved.

AS INOVAÇÕES DO NOVO MARCO REGULATÓRIO DAS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL

Sustentabilidade e Democracia

28135-3

Autor: Sandro Ari Andrade de Miranda, advogado, mestre em ciências sociais.

No dia 27 de julho de 2015 entra em vigor a Lei nº 13.109/2014, que institui o Novo Marco Regulatório das Relações entre o Estado e as Organizações da Sociedade Civil – MROSC. Fruto de um debate de 10 anos entre governos, entidades e cortes de contas, e mais 3 anos de discussões no Congresso Nacional, a proposta traz uma série de inovações na gestão das parcerias firmadas entre os governos e as organizações não-governamentais, com destaque especial para a transparência ampliada e à participação social.
Entretanto, como toda norma nova, existem pontos de controvérsias, via de regra decorrentes de problemas estruturais das administrações, especialmente dos governos locais, e da falta de divulgação do projeto pelos meios de comunicação. Aliás, como sempre, a mídia oligopolista, ao contrário de contribuir para esclarecer dúvidas, opta por criar conflitos e desinformar…

Ver o post original 2.123 mais palavras

Especismo, Ecocídio e a degradação da Grande Barreira de Corais, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

[EcoDebate] A Grande Barreira de Coral é considerada a maior estrutura do mundo feita unicamente por organismos vivos. Trata-se de uma imensa faixa de corais composta por cerca de 1900 recifes, 60 ilhas e 100 atóis de coral, situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-Nova Guiné, que possui 2.900 quilômetros de comprimento, com largura variando de 30 km a 740 km.

As estruturas dos recifes são compostas por bilhões de minúsculos organismos, conhecidos como pólipos de coral. A Grande Barreira engloba uma enorme biodiversidade e foi eleita um dos patrimônios mundiais da Humanidade. O Conselho Nacional de Queensland também a nomeou como um dos símbolos estaduais do estado australiano de Queensland. Uma grande parte dos recifes são protegidos pelo Parque Marinho de Grande Barreira de Corais, que ajuda a limitar os impactos das atividades antrópicas (Wikipedia, 2015).

Infelizmente, todo este importante patrimônio natural está ameaçado pelo aquecimento global, a acidificação dos oceanos e os episódios meteorológicos extremos, como ciclones e inundações, que aceleraram a degradação da Grande Barreira de Coral. Reportagem do site G1 mostra que os cientistas australianos demonstraram ceticismo quanto ao plano do governo do país para salvar a Grande Barreira de Corais. As alterações climáticas acompanhadas do embranquecimento maciço dos corais e surtos na população de estrelas-do mar e coroa-de-espinhos, que se alimentam dos corais.

Segundo a WWF, no relatório Planeta Vivo 2014, o estado atual da biodiversidade do planeta está pior do que nunca. O Índice do Planeta Vivo (LPI, sigla em Inglês), que mede as tendências de milhares de populações de vertebrados, diminuiu 52% entre 1970 e 2010. Em outras palavras, a quantidade de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes em todo o planeta é, em média, a metade do que era 40 anos atrás. Esta redução é muito maior do que a que foi divulgada em relatórios anteriores em função de uma nova metodologia que visa obter uma amostra mais representativa da biodiversidade global.

Ainda segundo a WWF, a biodiversidade está diminuindo em regiões temperadas e tropicais, mas a redução é maior nos trópicos. Entre 1970 e 2010, o LPI temperado diminuiu 36% em 6.569 populações das 1.606 espécies em regiões temperadas, ao passo que o LPI tropical diminuiu 56% em 3.811 populações das 1.638 espécies em regiões tropicais durante o mesmo período. A redução mais dramática aconteceu na América Latina – uma queda de 83%. As principais causas destas reduções são a perda de habitats e a degradação e exploração decorrente de caça e pesca. As mudanças climáticas são a segunda ameaça primária mais significativa e é provável que exercerão mais pressão sobre as populações no futuro.

índice do planeta vivo

Por tudo isto, se denomina Ecocídio o crime que acontece contra as espécies animais e vegetais do Planeta. Esse crime se espalha no mundo em uma escala maciça e a cada dia fica pior. Exatamente por isto, cresce a consciência de que é preciso mudar o modelo de desenvolvimento que adota um padrão de produção e consumo danoso para o meio ambiente e que é responsável pelo aumento da destruição da vida na Terra. Para tanto, é preciso considerar o Ecocídio um crime contra a paz, um crime contra a natureza e um crime contra a humanidade e as futuras gerações.

O site “Eradicating Ecocide” considera ser necessário a aprovação de uma lei internacional contra o Ecocídio para fazer com que os dirigentes de empresas e os chefes de Estado sejam legalmente responsáveis por proteger a Terra e as espécies não humanas. O Planeta teria que se tornar a prioridade número um da legislação nacional e internacional. O mundo já definiu o Genocídio como um crime, falta fazer o mesmo em relação ao Ecocídio. Não há direitos humanos no longo prazo sem o respeito aos direitos da natureza. Acabar com o ecocídio é também uma forma de evitar o suicídio.

O crime do especismo está longe de ser uma discussão mais profunda, como já ocorreu com o racismo, o sexismo, o classismo, o homofobismo, escravismo, etc. Recentemente foi criado um site para incentivar a mobilização contra a discriminação das espécies, definindo o dia 22 de agosto de 2015, como o “Dia mundial contra o Especismo”.

A humanidade ocupa cada vez mais espaço no Planeta e tem prejudicado de forma danosa todas as formas de vida ecossistêmicas da Terra. O ser humano está reincidindo cotidianamente nos crimes do especismo e do ecocídio. Se a dinâmica demográfica e econômica continuar sufocando a dinâmica biológica e ecológica a civilização caminhará para o abismo e o suicídio. Porém, antes de o antropoceno provocar uma extinção em massa da vida na Terra é preciso uma ação radical no sentido conter a ganância egoística, garantir a saúde do meio ambiente e a livre evolução da biodiversidade.

Referências:

WWF. Planeta Vivo, relatório 2014, Switzerland, 30/09/2014
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/relatorio_planeta_vivo/
http://wwf.panda.org/about_our_earth/all_publications/living_planet_report/

G1. Cientistas australianos criticam plano para salvar a grande barreira de corais, 28/10/2014 http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/10/cientistas-australianos-criticam-plano-para-salvar-grande-barreira-de-corais.html

Dia mundial (22/08) contra o Especismo: http://end-of-speciesism.org/

José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

Publicado no Portal EcoDebate, 15/05/2015

Quanto Vale o BNDES? (por Mauro Santayana)

Blog Cidadania & Cultura

BNDES

Meu ex-aluno, Evandro Luiz, enviou-me o artigo escrito por Mauro Santayana e publicado pelo JB (11/05/15). Ele já tinha sido enviado por Gerson Gomes, o que demonstra que teve repercussão. Compartilho-o abaixo.

“Nos últimos quatro meses, as ações da Petrobras já subiram mais de 50%. Em abril, foi finalmente apresentado, com elastiquíssimas provisões para corrupção, o seu balanço. Prisões, em regime fechado, de executivos de algumas das maiores empresas de infraestrutura e engenharia do país, responsáveis por milhares de empregos, bilhões de reais em projetos, e com endereço fixo e vida definida, foram sensatamente revogadas pela justiça. As dezenas, quase uma centena, de bilhões de reais em roubo cansina e maciçamente anunciadas, aos quatro ventos, se transformaram em centenas de milhões de reais de dinheiro efetivamente pago e devidamente localizado, em um valor total que, até agora, é de mais ou menos o valor dos recursos envolvidos no pseudo “cartel”…

Ver o post original 2.313 mais palavras

Reforma da Política

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, prometeu dedicar-se à reforma política logo após a fase de votação das medidas provisórias 664 e 665. Vindo de quem vem, soa como ameaça.

O relator da reforma política informou que a cúpula do PMDB é favorável ao modelo chamado distritão, o qual ele próprio considera que seria a pior das opções.

O que foi pedido nas manifestações de 2013 foi a reforma da (forma de fazer) política  e dos políticos e não o absurdo que o PMDB está tentando implantar.

O distritão, espero, não será aprovado na Câmara. Mas, fazer reforma política sem discussão com a sociedade e sem mexer no financiamento privado das campanhas (compra de mandatos) é repetir os atos que levaram ao caos político que temos hoje no Brasil.

Será que os políticos estariam dispostos a fazer uma reforma política que afete os seus interesses particulares?

Reforma da política só se faz com eleitores conscientes e mídia séria e responsável. Não dá para esperar uma reforma da política vinda dos políticos e da mídia empresarial que temos. Estou pessimista.

Foi publicado na imprensa que apenas quatro países no mundo adotam o modelo de voto distrital puro: Afeganistão, Jordânia, Vanuatu e Ilhas Pitcairn.

O Senado e a sabatina do Dr. Fachin

Jiddu Krishnamurti, filósofo e escritor hindu, dizia que “Se realmente entendemos o problema, a resposta virá dele, porque a resposta não está separada do problema.” Dizia também que uma pergunta bem feita traz, nela própria, a resposta.

É o caso da pergunta do leitor Célio, que comentou no blog Conversa Afiada, sobre a sabatina que os senadores submeteram o Dr. Fachin, indicado a ministro do Supremo, pela Presidente Dilma. Veja a pergunta abaixo. A resposta é óbvia, não é mesmo?

Célio

Estará o Senado à altura de sabatinar Fachin com correção, sem envergonhar a Sociedade e ao próprio Senado?

O Congresso tem assessores competentes, encarregados de preparar as perguntas e orientar os srs. parlamentares. Mas, como o Dr. Fachin é um erudito, muito bem preparado, acho que alguns senadores não vão entender as respostas.

Como velho marinheiro, durante o nevoeiro, Dr. Fachin vai ter que saber levar o barco devagar.